Família: Muito Além de um Conceito Pré-Estabelecido

Mais uma edição concluída com sucesso. O 17° Seminário Internacional Pais&Filhos – Família é tudo (seja a família que for) levou à Unibes Cultural, em São Paulo, palestras, bate-papos, mesa-redonda, sorteios, ativações, sacola de brindes, podcasts e muita emoção para dentro e fora do palco.

Celebrando a Diversidade e a Essência do Que é Ser Família

Redefinindo o Conceito de Família

O seminário reforçou que o conceito de família vai muito além do que encontramos no dicionário. Andressa Simonini, filha de Branca Helena e Igor, e Adriana Cury, mãe de Alice e diretora geral e CEO da Pais&Filhos, destacaram que a singularidade de cada família, o amor, o respeito e o vínculo são, de fato, o que define essa palavra."Família é mais que um conceito preestabelecido. Não existe jeito certo de formar uma família", afirmou Andressa Simonini. Adriana Cury complementou: "Quero que todas possam ver que sempre dá tempo de maternar, nunca é tarde".Essa visão ampla e acolhedora do conceito de família foi o fio condutor de todo o evento, que buscou celebrar a diversidade e a essência do que é ser família, independentemente de sua configuração.

A Importância do Afeto e do Apoio Familiar

O psiquiatra e psicoterapeuta Dr. Wimer Bottura Júnior, especialista em famílias e adolescentes, abordou as transformações que a família sofreu ao longo dos anos. Ele destacou que, embora a família seja a base de tudo, o que realmente importa é o afeto e o amor que a permeiam."Quando eu digo família é a base de tudo, é sim, mas, por trás do foco está o afeto, o amor. Se uma família não tem isso, é apenas um agrupamento de pessoas", afirmou o especialista.Dr. Wimer também enfatizou a importância de estar em constante observação e percepção sobre os mecanismos em que as relações familiares funcionam. Apenas assim, é possível parar de reproduzir padrões que não fazem mais sentido e entender que, como pais, nos tornamos exemplos para os filhos.

A Jornada da Paternidade

O influenciador, empreendedor e colunista da Pais&Filhos, Eliezer, compartilhou sua experiência como pai de primeira e segunda viagem. Ele revelou que, quando a esposa Viih Tube lhe contou que estava grávida, entendeu que tinha 9 meses para aprender a ser pai.Eliezer destacou a importância de, desde cedo, criar os meninos de forma a combater o machismo enraizado na sociedade. Ele se aprofundou em pesquisas e estudos para entender como criar a filha, Lua, e agora o filho, Ravi, e faz questão de aplicar esse conhecimento na rotina."Vemos muitas mulheres mostrando a maternidade, mas existem poucos pais que desmistificam os mitos que a paternidade traz", justificou Eliezer, reforçando a necessidade de mais pais participarem ativamente da vida familiar.

A Importância da Rede de Apoio

A psicopedagoga, escritora, empresária e palestrante Isa Minatel compartilhou sua própria experiência com a maternidade. Ela se surpreendeu com o quanto a chegada de uma criança muda a vida de uma mãe e a importância de buscar informações e apoio.Isa refletiu sobre as cinco lições que aprendeu, destacando a importância de ter uma rede de apoio sólida. Ela enfatizou que, para ter essa rede, é necessário ser "apoiável", ou seja, estar aberto a receber ajuda e a construir relações de troca."Quando você foca no lado negativo de alguém, isso aumenta: seja a criança, sogra, pai, mãe. Quando você foca no lado positivo de alguém, isso também aumenta", acrescentou Isa, convidando a plateia a se levantar e cantar a música do Coldplay "A sky full of stars" como forma de se entregar à experiência.

O Desafio da Paternidade

O jornalista, pai de Anita e Aurora, colunista da Pais&Filhos, Marcos Piangers, iniciou sua palestra questionando o porquê dos pais, de modo geral, não participarem ativamente da vida da família.Piangers explicou que a diferença entre a maternidade e a paternidade é tanto biológica quanto social. Ele destacou que, quando a mulher está grávida, a liberação de ocitocina (o hormônio do amor) a ajuda a ter mais energia para cuidar do bebê. Essa mesma liberação acontece no homem quando ele tem contato pele a pele com a criança, algo que muitas vezes não ocorre.Além disso, Piangers criticou a forma como os meninos são educados e estimulados socialmente, precisando se esconder atrás da "máscara da masculinidade tóxica", o que se reflete na paternidade na vida adulta. Segundo ele, ao se perceberem como a pessoa que recebe os cuidados e não como o "cuidador", os homens têm problemas em entender o momento de amadurecer.

Empreendedorismo e Maternidade

A Diretora-Executiva da PretaHub, empreendedora social e mãe de Clara, Adriana Barbosa, deu detalhes do início de sua trajetória empreendedora. Ela revelou que, quando ficou desempregada em 2002, decidiu colocar em prática os ensinamentos da sua avó e começou a vender suas roupas em feiras de rua, o que a levou a criar o Festival Feira Preta.Adriana provocou a plateia ao afirmar que "a mãe passa a ficar invisível no processo da maternidade, e ela precisa se reinserir na sociedade". Ela desabafou sobre a dificuldade de empreender quando se é mãe, pois são "dois filhos: o filho biológico e sua empresa".Adriana reforçou a necessidade de olhar para si nesse processo, destacando a importância de saber reconhecer as próprias fragilidades. "Somos criadas para sermos fortes o tempo todo. Mas, afinal, quem cuida de quem cuida?", questionou.

Diversidade e Aceitação na Família

A mesa-redonda "Família é tudo (seja a família que for)" reuniu um time diverso de convidados, entre eles a atriz, cantora e apresentadora Priscila Nogueira (Pepita), a influenciadora Isabella Cecchi, o ator e empresário Arthur Aguiar e o jornalista e ativista Francisco Borges.Pepita enfatizou a existência de vários tipos de família, afirmando que o que realmente importa é o amor: "As pessoas podem dizer que eu não tenho útero, mas, eu tenho coração e cabeça de mãe. Eu me preparei e me preparo todos os dias para ser mãe. Qual a diferença entre mim e as mães que me assistem aqui?".Denise Gomes, mãe de Laura, pontuou a importância de criar os filhos com a consciência de acolher a diversidade. "Eu tenho a missão de fazer essa criança crescer aceitando todos os formatos de pessoas, a diversidade. Que ela tenha a consciência de acolher o outro independente de qualquer coisa".Já Francisco Borges, pai solo de 6 meninos adotivos, explicou como surgiu a vontade de ser pai: "Na minha vida a adoção chegou aos 3 anos, quando a minha mãe me abandonou. Depois tive a oportunidade de ter pais maravilhosos, pela adoção. Eu acredito que a adoção é um ato de amor, mas, também de responsabilidade social".